Os resultados líquidos da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), no exercício de 2016, cifrou-se em mais de 13 mil milhões de kwanzas, declarou hoje, segunda-feira, em Luanda, a presidente do Conselho de Administração da empresa, Isabel dos Santos.
Segundo a PCA da Sonangol, que falava na conferência de imprensa para apresentação de resultados/2016, os AKz 13 mil milhões e o valor de 525 mil milhões de kwanzas Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), reflectem uma inversão da tendência de queda abrupta nos exercícios dos dois anos anteriores solidificando, assim, as bases da recuperação do Grupo.
A gestora realçou que os resultados são fundamentais para que a empresa assuma, de novo, a sua condição de força motriz da economia angolana e geradora de riqueza para todos os cidadãos da República de Angola.
Outro dado altamente positivo, considerou a PCA na sua intervenção, é a manutenção da produção petrolífera que, ao longo de 2016, e apesar de todos os condicionalismos, manteve-se acima do valor de 1 milhão e 700 mil barris por dia, colocando Angola como primeiro produtor de petróleo no continente africano.
Isabel dos Santos evocou que a actual gestão da Sonangol, nomeada em Junho de 2016, assumiu a responsabilidade numa situação de crise económica no país, e com a empresa em quebra de receitas de 60 porcento face a 2013 -2016, uma dívida elevada, preço de Petróleos baixo.
Em função desse quadro, prosseguiu a gestora, iniciaram o processo de transformação e implementaram acções que permitiram conhecer a realidade da empresa a vários níveis, nomeadamente financeiro, patrimonial, negócio, processual, jurídico, humano, económico e social.
Explicou também que dada a dimensão do universo Sonangol, o estudo e respectiva complexidade de relações e interdependências, foi necessário o recurso a suporte externo, principalmente em quatro áreas críticas fundamentais como Financeiro, Jurídico, Recursos Humanos e Estratégia.
No domínio financeiro, a empresa efectuou, dentre outras actividades, auditorias a diversas áreas de negócio bem como às empresas subsidiárias, ao passo que na área jurídica realizou levantamento e inventariação dos activos e património, enquadramento legal das actividades da empresa e iniciou o processo de compliance.
Já em relação aos recursos humanos, informou que foram avaliados seis mil trabalhadores, no âmbito da sua competência técnica, atitude e comportamentos, definidos os requisitos e as competências técnicas e comportamentais para cada função, bem como foi criado um programa de talentos interno para identificar, avaliar, acompanhar, e preparar os futuros líderes e gestores para as várias áreas da companhia.
Na vertente da estratégia, traçou-se um plano de transformação que passa por assegurar a estabilidade e continuidade da empresa, cujas bases serão lançadas em 2018, para reflectir o crescimento e investimentos necessários a companhia.
Segundo a responsável, com esse plano, a empresa conseguiu o potencial aumento de receitas com o programa Sonaplus, que obteve 183 mil milhões de kwanzas (1,1 mil milhões USD), estando já capturados 43 mil milhões de kwanzas (260 milhões USD).
O programa Sonaplus consubstanciou-se nos aumentos dos volumes vendidos de betumes, optimização dos produtos da Refinaria de Luanda, revisão nos preços dos lubrificantes e na SonAir, e adopção de programas de garantia de receita na Clínica Girassol.
No período em referência foi implementado também o programa Sonalight, que prevê uma redução de custos até 200 mil milhões de kwanzas (1,2 mil milhões USD), sendo que 113 mil milhões de kwanzas (680 milhões USD) estão já aprovados.
Em 2016, explicou a presidente da concessionária de hidrocarbonetos de Angola, foi alcançado uma poupança efectiva de 53 mil milhões de kwanzas (320 milhões USD), com incidência sobretudo no segundo semestre.
“Isto foi possível, através da implementação de medidas de melhoria dos processos e controlo interno, o alinhamento de políticas de gestão e financeiras com as melhores práticas internacionais, a revisão dos modelos e estratégias de investimento ou a competência e meritocracia como base de decisões relacionadas com os Recursos Humanos”, justificou.
Na vertente responsabilidade social, de acordo com Isabel dos Santos, a empresa efectuou investimentos superiores a 3.650 mil milhões de kwanzas (22 milhões USD), em projectos nas áreas da Educação, Saúde e Formação Profissional.